sábado, 25 de agosto de 2007

Como quem gritava uma canção de ninar
ela dançou
fala de coisas tristes
e recitava poesias belas

Fazia e refazia amor
com homens
que só iam, só passam

Era feliz assim!

Sem porto
Sem estaca
Sem estanca

Acreditava em quase tudo que lhe diziam
quase

Tinha medo do amor
de amar

Receio de estar
e ficar

Cantarolava a todo instante
o que sentia
A fome que lhe apertava
Os sapatos que lhe doíam

Recriava o que não tinha
e se assumia

Era feliz assim!

Tinha de tudo nas mãos
e a seus pés
esta mulher
e grita
pulava
surrava
sorria, quando queria

entrançava o cabelo
e também coloria

Falava a verdade e a destorcia

brincava
de roda
elástico
amarelinha

Era feliz assim!

Sem porta
sem sala
sem cozinha

Só uma janelinha!


*MAriA piNhEiro*